Quando Lasar Segall nasceu?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Blanche 7B-06 (Floresta Crepuscular - Lasar Segall)

No ano de 1935 também tem início outra série de trabalhos, as paisagens de Campos do Jordão. Apaixonado por aquela região de montanhas e florestas, Segall escreveu: “A natureza de Campos me atrai e me satisfaz profundamente; lembra-me até certo ponto o Museu do Louvre, ou outro qualquer museu de arte, onde o artista vai estudar em silêncio contemplativo as suas grandes obras”. Surge uma série magnífica de paisagens, que parecem procurar a forma sublimada de um sonho. A forma ascendente do cume das montanhas, pontuadas pelos grupos de bois, desenha um arco ogival semelhante à quilha do barco na tela Navio de emigrantes. Unindo a vida terrena e a do espírito, Segall parece sugerir que é na paz do campo que se encontra a salvação da humanidade. Mesclam-se as tonalidades cinzas de suas recordações de infância nos bosques de Vilna, aos ocres cezanneanos e verdes musgos, marrons quentes e as cores da terra brasileira que ele admirava – “terra como cor vermelha, excitante e melancólica”. As florestas de Segall, cujas árvores não têm raiz nem copa, são suportes verticais para a cor, mas não deixam de ser florestas. São florestas do pintor – há, nelas, uma espécie de recusa da natureza observada –, onde                  
surpreendemos o olhar do artista voltado para o interior da própria pintura. As florestas não indicam uma adesão formal à arte abstrata, em voga no Brasil dos anos 1950, mas um retorno a uma de suas raízes, o cubismo figurativo.



                                             Floresta crepuscular, 1956
óleo com areia sobre tela
131 x 97,5 cm

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